Saga Masculina
Três horas da manhã. Ainda sonolento dirigiu-se para o banheiro. Estava apertado. Bastante apertado. Extremamente apertado. Ao entrar no ambiente sentiu o cheiro agradável do pinho. Tudo ali estava impecavelmente arrumado, como sempre fora. Dirigiu-se até o vaso sanitário. Sentiu-se na obrigação de não deixar cair nenhum pingo fora. Tinha que mirar bem no centro, mas, tendo em vista o seu estado atual, o vaso sanitário deveria estar instalado no teto e não no chão. Nada demais. Era só o trabalho noturno da natureza que aproveita o período de sono para fazer manutenção em todos os vasos sanguíneos. É assunto comprovado cientificamente. Querendo manter a limpeza do local, resignou-se a executar a hipérbole de Arfy. Dirigiu-se para frente do vaso sanitário, respirou fundo, criou coragem, e direcionou o futuro jato para o centro do recipiente. A dor foi tão forte que ele gemeu baixinho:
- Arfy!
Caprichou na pontaria. Dobrou um pouco a perna para evitar qualquer acidente. Quando achou que estava tudo certinho, soltou o jato. Para o seu desespero, saíram dois jatos. (se você for mulher pode até estranhar, mas isso acontece com uma certa freqüência). Um saiu tão distante do outro como o leste é do oeste, e nenhum dentro do vaso! Num pulo ele foi para o lado do vaso, pois, visto que o seu cumprimento era maior do que a sua largura, talvez os dois jatos coubessem no vaso. Não deu certo. Ficou desesperado. Correu os olhos em volta. Achou o ralo onde a água do banho é coletada. “Talvez”, pensou ele num relance, “eu consiga direcionar um jato no vaso e o outro no ralo”. Pulou novamente para frente do vaso a fim de por em prática esta idéia, mas escorregou na própria urina, perdendo totalmente o equilíbrio. Para não cair, pulou de costa contra a parede e abriu os braços para ajudar no apoio. Cair ele não caiu, mas ficou trêmulo, abatido, acuado, assustado, humilhado e urinando na própria testa! Não teve ânimo para tentar qualquer outra reação.
Depois do incidente criou coragem e olhou em volta para medir o estrago. Que porcaria conseguira fazer! Piso, parede, espelho, armário, toalha, papel higiênico, tapetinho... Tudo contaminado! Sentiu-se o marido mais porcalhão do planeta! Foi quando viu, num lugar especialmente preparado, ao lado do armário, uma toalha com um desenho caprichosamente bordado por sua esposa e, abaixo do desenho, a frase: Quinze anos. Era mania dela desde o primeiro aniversário de casamento. Sempre na noite que antecedia este dia especial ela colocava a toalha, que só ficava ali por um dia. Pois é, tinha que ser naquele dia! Mas, homem que é homem não desiste fácil. Ainda havia tempo de remediar aquele desastre. Pegaria uma, duas, três, ou quantas toalhas fossem necessárias, enxugaria tudo, colocaria desinfetante de pinho novamente, esconderia as toalhas a fim de levá-las à lavanderia e...
Toc! Toc! Toc!
- Amor! Anda logo que eu estou apertada.
- Arfy!
Caprichou na pontaria. Dobrou um pouco a perna para evitar qualquer acidente. Quando achou que estava tudo certinho, soltou o jato. Para o seu desespero, saíram dois jatos. (se você for mulher pode até estranhar, mas isso acontece com uma certa freqüência). Um saiu tão distante do outro como o leste é do oeste, e nenhum dentro do vaso! Num pulo ele foi para o lado do vaso, pois, visto que o seu cumprimento era maior do que a sua largura, talvez os dois jatos coubessem no vaso. Não deu certo. Ficou desesperado. Correu os olhos em volta. Achou o ralo onde a água do banho é coletada. “Talvez”, pensou ele num relance, “eu consiga direcionar um jato no vaso e o outro no ralo”. Pulou novamente para frente do vaso a fim de por em prática esta idéia, mas escorregou na própria urina, perdendo totalmente o equilíbrio. Para não cair, pulou de costa contra a parede e abriu os braços para ajudar no apoio. Cair ele não caiu, mas ficou trêmulo, abatido, acuado, assustado, humilhado e urinando na própria testa! Não teve ânimo para tentar qualquer outra reação.
Depois do incidente criou coragem e olhou em volta para medir o estrago. Que porcaria conseguira fazer! Piso, parede, espelho, armário, toalha, papel higiênico, tapetinho... Tudo contaminado! Sentiu-se o marido mais porcalhão do planeta! Foi quando viu, num lugar especialmente preparado, ao lado do armário, uma toalha com um desenho caprichosamente bordado por sua esposa e, abaixo do desenho, a frase: Quinze anos. Era mania dela desde o primeiro aniversário de casamento. Sempre na noite que antecedia este dia especial ela colocava a toalha, que só ficava ali por um dia. Pois é, tinha que ser naquele dia! Mas, homem que é homem não desiste fácil. Ainda havia tempo de remediar aquele desastre. Pegaria uma, duas, três, ou quantas toalhas fossem necessárias, enxugaria tudo, colocaria desinfetante de pinho novamente, esconderia as toalhas a fim de levá-las à lavanderia e...
Toc! Toc! Toc!
- Amor! Anda logo que eu estou apertada.
Roberto Policiano
2 Comments:
Eu penso que você sempre se sai melhor com a comédia. Impossível não ficar imaginando a cara do coitado. Comecei o dia no trabalho hoje com um bem humorado sorriso. Obrigada.
Cecília,
Esse bem humorado sorriso é a minha maior recompensa.
Obrigado por prestigiar o blog.
Um grande abraço.
Postar um comentário
<< Home