Roberto Policiano

28 de mai. de 2006

Quem sou eu?



Não sou alegre nem sou triste
Não sou pobre nem sou rico
Não sou galã nem sou esquisito
Não sou feio nem sou bonito
Não sou gigante nem sou nanico
Não sou jovial nem sou carrancudo
Não sou imbecil nem sou sábio
Não sou nada nem sou tudo
Não sou grande nem sou pequeno
Não sou o mínimo nem sou o máximo
Não sou montanha nem sou vale
Não sou o primeiro nem sou o último
Não sou “o coisa” nem sou “o tal”
Não sou tonto nem sou genial
Seja lá o que eu for, sou o único.
Seja eu o que for, sou sem igual,
Sou uma impressão digital!
Roberto Policiano

22 de mai. de 2006

Quedar ao seu lado


Quedar ao seu lado

Sente aqui do meu lado.
Quero lhe dar um abraço.
Fique bem pertinho de mim.
Não precisamos ter pressa de nada.
Vamos deixar este mundo louco pra lá.
Nós já demos os nossos gritos de alerta.
Colocamos as nossas caras à tapa.
Deixemos a nova geração fazer a sua parte.
Abandonemos esse mundo insaciável pelo poder.
Larguemos essa corrida louca pelo dinheiro.
Escapemos do olho deste furacão.
E vamos, quem sabe, voltar a ser criança!
Fazer o que quiser, sem ter medo do ridículo.
Entrar no mar com roupa e tudo;
Rodopiar se der vontade;
Cantar cantigas de roda;
Lambuzar o rosto de chocolate;
Correr descalços pelos campos;
Tomar banho de chuva;
Rolar no tapete da sala;
Fazer guerra de pipocas;
Sonhar loucuras ao redor de uma fogueira;
Ficar agarradinhos com os pés dentro de um rio;
Espremer lama entre os dedos dos pés.
Depois de nos exaurir com tanta meninice,
Só quero que seus braços me agasalhem.
E, quedando-me tranqüilo,
Ouvirei, como música,
Sua respiração cadenciada
E o pulsar ritmado do seu coração.

Roberto Policiano