Roberto Policiano

7 de jan. de 2015

Competência



Depois de usar o banheiro foi até o lavatório. Girou o registro da torneira e a água jorrou, permitindo que lavasse suas mãos. Foi até o toalheiro, puxou algumas toalhas de papel, secou-se, jogou as folhas úmidas na lixeira e saiu. A cena se repetiu várias vezes naquele dia, nos dias que se sucederam, nas semanas, meses e anos seguintes.

Na milionésima vez, no entanto, não caiu uma gota sequer quando abriu a torneira. Imediatamente gritou:

- Quem é o encarregado da manutenção? Onde ele fica?

Enquanto as coisas funcionaram como se esperava, nossa personagem nem pensou no responsável por aquele serviço. Não houve interesse em conhecer o profissional eficiente por detrás da normalidade, mas assim que aconteceu uma falha no sistema fez-se questão de saber quem foi o incompetente.

Às vezes encaramos como natural o que não é e nunca foi. No caso acima podemos dizer que:

Alguns enxergam a torneira;

Outros percebem que há um sistema hidráulico que faz com que a água saia da torneira;

Há, finalmente, os que conseguem visualizar o ciclo da água, pois, afinal, de que vale um eficiente projeto de sistema hidráulico se não chover?

Devemos, portanto, abrir bem os olhos, pois a competência pode se tornar  invisível!




Roberto Policiano