Homenagem ao memorando
Ele está em qualquer escritório. Invade todas as áreas - Departamentos, Divisões, Seções, Setores, etc. Está na empresa pública ou privada. Todo armário ou estante provavelmente contém uma pasta para ele. Desde os primórdios da escrituração ele tem se imposto e ‚ adaptável sob quaisquer circunstâncias; pode nascer duma caneta em punho, de uma máquina de escrever ou de um computador. Em qualquer‚ época ele‚ é indispensável. Do que estamos falando? Do MEMORANDO. Assim, coMEMORANDO o MEMORANDO, presto a este documento esta pequena homenagem:
A secretária apavorada procurou-o por todos os cantos, revirando todas as gavetas, todas as caixinhas de documentos, mas não o encontrou. Aflita chamou o Asdrúbal, o contínuo da sala. Mal ele chegou, ela, que é um tanto possessiva, referiu-se ao documento, motivo de tanta aflição, de um jeito todo próprio de sua personalidade:
- Seu Asdrúbal, por acaso eu lhe passei o MEUMORANDO 2008/01?
Ele, mais pra lá do que pra cá , pois já estava na parte da tarde, e ele gostava de tomar uns tragos na hora do almoço, referiu-se ao documento, também ao seu próprio modo:
- Dona Gertrudes, eu num tô com MÉMORANDO nenhum.
- Veja então se ele está com o Adamastor.
Ao chegar à sala do Adamastor, Asdrúbal encontrou-o em sua mesa, que, como de costume, estava repleta de papel em cima, nas gavetas, nas caixinhas e por onde mais coubesse.
- Adamastor, você tá com o MÉMORANDO 2008/01?
A pergunta não poderia ter sido pior. Como saber? Uma pergunta daquelas, naquela situação e àquela hora não se fazia ao Adamastor! Após uma olhadela inútil por cima da montanha de documentos, apenas para cumprir um ritual, Adamastor, descrente, pois sabia que, MESMORANDO, não acharia nada ali, respondeu:
- Aqui ele ainda não chegou.
O outro, que devido ao seu estado já mencionado não percebera tais detalhes, saiu sem contestar. No caminho encontrou-se com o memorável Orlando, que tinha uma impressionante capacidade de memorização. Aquele documento; aquela Lei; aquele Decreto que ninguém se lembrava, ele, Orlando, sabia. Diziam que ele vivia "MEMORIZANDO" tudo. No entanto, ao ser indagado, nada sabia a respeito do MEMORANDO 2008/01.
Cabisbaixo e abatido, Asdrúbal voltou à sala da secretária. Sem coragem de maiores explicações, foi sucinto:
-Ò dona Gertrudes, tá no MEMO, não descobri nada.
Antes que a secretária se afligisse, porém, entrou o diretor, o Senhor Matusalém, na sala. Passo lento, com um documento na mão, disse, como um verdadeiro saudosista:
- Aqui está dona Gertrudes, já assinei o MEMORANDUM.
Era o 2008/01.
Aqui está a minha pequena homenagem ao MEMORANDO. Foi produzida nas minhas viagens de ida-e-volta de casa para o trabalho, pois, como sempre, vejo-ME MORANDO longe. Como foi produzido numa viagem, memorizava as idéias ao passo que surgiam. Portanto, se alguma escapou, desculpem-me, provavelmente minha MEMORIANDOU falhando.
A secretária apavorada procurou-o por todos os cantos, revirando todas as gavetas, todas as caixinhas de documentos, mas não o encontrou. Aflita chamou o Asdrúbal, o contínuo da sala. Mal ele chegou, ela, que é um tanto possessiva, referiu-se ao documento, motivo de tanta aflição, de um jeito todo próprio de sua personalidade:
- Seu Asdrúbal, por acaso eu lhe passei o MEUMORANDO 2008/01?
Ele, mais pra lá do que pra cá , pois já estava na parte da tarde, e ele gostava de tomar uns tragos na hora do almoço, referiu-se ao documento, também ao seu próprio modo:
- Dona Gertrudes, eu num tô com MÉMORANDO nenhum.
- Veja então se ele está com o Adamastor.
Ao chegar à sala do Adamastor, Asdrúbal encontrou-o em sua mesa, que, como de costume, estava repleta de papel em cima, nas gavetas, nas caixinhas e por onde mais coubesse.
- Adamastor, você tá com o MÉMORANDO 2008/01?
A pergunta não poderia ter sido pior. Como saber? Uma pergunta daquelas, naquela situação e àquela hora não se fazia ao Adamastor! Após uma olhadela inútil por cima da montanha de documentos, apenas para cumprir um ritual, Adamastor, descrente, pois sabia que, MESMORANDO, não acharia nada ali, respondeu:
- Aqui ele ainda não chegou.
O outro, que devido ao seu estado já mencionado não percebera tais detalhes, saiu sem contestar. No caminho encontrou-se com o memorável Orlando, que tinha uma impressionante capacidade de memorização. Aquele documento; aquela Lei; aquele Decreto que ninguém se lembrava, ele, Orlando, sabia. Diziam que ele vivia "MEMORIZANDO" tudo. No entanto, ao ser indagado, nada sabia a respeito do MEMORANDO 2008/01.
Cabisbaixo e abatido, Asdrúbal voltou à sala da secretária. Sem coragem de maiores explicações, foi sucinto:
-Ò dona Gertrudes, tá no MEMO, não descobri nada.
Antes que a secretária se afligisse, porém, entrou o diretor, o Senhor Matusalém, na sala. Passo lento, com um documento na mão, disse, como um verdadeiro saudosista:
- Aqui está dona Gertrudes, já assinei o MEMORANDUM.
Era o 2008/01.
Aqui está a minha pequena homenagem ao MEMORANDO. Foi produzida nas minhas viagens de ida-e-volta de casa para o trabalho, pois, como sempre, vejo-ME MORANDO longe. Como foi produzido numa viagem, memorizava as idéias ao passo que surgiam. Portanto, se alguma escapou, desculpem-me, provavelmente minha MEMORIANDOU falhando.
Roberto Policiano
8 Comments:
Hhahahahahahhahaha
aMEiMORANDO...
Que mimo!
também amei.
voltarei
bjs
Isso cheira a papel velho! Argh!
Não seria Metusalém?
bjs
Oiê!
Estou visitando o blog pq a Kika recomendou.
Gostei do jogo de palavras.
bjs.
Pô, meu! Este texto, sabe, muito, muito, assim, muito loco.
Gente, fiquei surpreso com as visitas. Agradeço aos comentários de todos. Gostei do ameimorando, Camis; obrigado pelo mimo, Kika; Brutus, pelo jeito você não gosta de documentos; Thaty, pode grafar tanto Matusalém como Metusalém; Volte sempre, Betinha, todas as segundas o blog é atualizado; Marcão, Cara, entendi tudinho! Aguardo todos na semana que vem! Abraços
Ah, esse nem tem o que dizer: tá ÓTIMO!!! Como conseguiu fazer tanta coisa com uma palavra só??? Divertidíssimo e espertíssimo!!!
Beijinhos carinhosos
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