Que bonito e quão singelo. Adorei, não fosse eu uma campesina assumida. Lembrei-me agora de um belíssimo poema de Cesário Verde que gostaria de partilhar - lá volto eu a usar o seu espaço, Roberto.
De tarde . Naquele piquenique de burguesas, Houve uma coisa simplesmente bela, E que, sem ter histórias nem grandezas, Em todo o caso dava uma aguarela. . Foi quando tu, descendo do burrico, Foste colher, sem imposturas tolas, A um granzoal azul de grão-de-bico Um ramalhete rubro de papoulas. . Pouco depois, em cima duns penhascos, Nós acampámos, inda o Sol se via; E houve talhadas de melão, damascos, E pão-de-ló molhado em malvasia. . Mas, todo púrpuro a sair da renda. Dos teus dois seios como duas rolas, Era o supremo encanto da merenda O ramalhete rubro das papoulas!
3 Comments:
Que bonito e quão singelo. Adorei, não fosse eu uma campesina assumida.
Lembrei-me agora de um belíssimo poema de Cesário Verde que gostaria de partilhar - lá volto eu a usar o seu espaço, Roberto.
De tarde
.
Naquele piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter histórias nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
.
Mas, todo púrpuro a sair da renda.
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde
Um abraço.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
O espaço é todo teu, Ana. Especialmente pelos belos textos que tens deixado para enriquecer o blog. Um grande abraço
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