Rotina
Levantou e caminhou com passos lentos até o chuveiro. Com os olhos ainda embaçados pelo sono da noite, tateou até achar o registro da água. Os primeiros jatos de água fizeram com que sua pele arrepiasse quase que imediatamente. Um calafrio percorreu todo o seu corpo.
Colocou sua melhor roupa. Depois de tomar o desjejum, revestiu-se de um humor agradável e, após dar uma averiguada no visual, saiu para o trabalho.
O transito estava carregado naquela manhã chuvosa. Lentidão, buzinas tocando, caras amarradas, motociclistas costurando entre os carros, caminhão carregado se arrastando na pista, tudo isso fez com que se atrasasse alguns minutos. Por sorte as principais ‘peças’ também ficaram enroscadas no trânsito, de modo que não houve prejuízo com o atraso.
A reunião foi um sucesso. Bons negócios foram fechados e, como recompensa, a equipe foi contemplada com um almoço especial.
A tarde correu tranquilamente. Resolveu algumas coisas pendentes e realizou alguns serviços de rotinas apenas.
A volta para casa foi sem incidente. A manhã chuvosa e fria cedera lugar a uma tarde agradável. O trânsito fluiu normalmente e, à hora costumeira, chegou a casa.
Foi até o quarto, colocou uma roupa agradável, um chinelo macio, e, deixando o seu humor agradável na gaveta do armário, revestiu-se de seu costumeiro mau humor. Foi até a copa, serviu-se de uma dose de bebida e, acomodando-se em sua poltrona, assistiu, sem interesse, até altas horas da noite, a tudo o que a Televisão vomitou.
Roberto Policiano
3 Comments:
Gostei da ideia desse tipo de humor veste e despe. :)
Um bom texto que descreve na perfeição como, no dia-a-dia, nos vamos empantuurrando de coisa nenhuma.
Um abraço.
Empanturrando! Isto já é Alzheimer... :)
Usou a expressão certa, Ana - Nos vamos empanturrando de coisa nenhuma. Um grande abraço
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