Roberto Policiano

6 de abr. de 2010

Tsunami



De repente

invades-me

por inteiro

e, vencendo todas as barreiras,

revolves minhas entranhas

tal qual um furacão,

deixando-me prostrado,

vencido,

exaurido,

derrotado,

neste turbilhão que esparrama,

desordenadamente

e sem piedade,

todas as minhas emoções,

deixando-as expostas,

retorcidas,

amarrotadas,

esfarrapadas,

a fim de provar,

sem compaixão,

teu poder de me sacudir

violentamente

segundo teu bel-prazer

para, em seguida,

abandonar-me

humilhado

em um canto qualquer

onde ficarei

tentando inutilmente

recompor-me

só para cair novamente

em tua nova investida

sem hora marcada!


Roberto Policiano


3 Comments:

At 8:29 PM, Anonymous Luan said...

Romântico! (No sentido mais amplo da palavra.) Forças da natureza, sentimentos arrebatadores, o ímpeto traduzido em versos.

 
At 2:34 PM, Anonymous Ana said...

Gostei do ímpeto, da garra do poema, mas considero um tsunami algo de verdadeiramente avassalador, terrífico mesmo.
Decididamente, prefiro tempos de calmaria.

 
At 10:07 AM, Anonymous Roberto Policiano said...

Luan, foi exatamente isto o que eu tentei transmitir. A força arrebatadora do amor, quando chega, é simplesmente indomável. Ana, o amor, na calmaria, é, de fato, o ideal. Mas há aquele amor que, mesmo não dando espaço a ele, invade-nos e arrasta toda e qualquer resistência imposta. Abraços a todos!

 

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