Tsunami
De repente
invades-me
por inteiro
e, vencendo todas as barreiras,
revolves minhas entranhas
tal qual um furacão,
deixando-me prostrado,
vencido,
exaurido,
derrotado,
neste turbilhão que esparrama,
desordenadamente
e sem piedade,
todas as minhas emoções,
deixando-as expostas,
retorcidas,
amarrotadas,
esfarrapadas,
a fim de provar,
sem compaixão,
teu poder de me sacudir
violentamente
segundo teu bel-prazer
para, em seguida,
abandonar-me
humilhado
em um canto qualquer
onde ficarei
tentando inutilmente
recompor-me
só para cair novamente
em tua nova investida
sem hora marcada!
Roberto Policiano
3 Comments:
Romântico! (No sentido mais amplo da palavra.) Forças da natureza, sentimentos arrebatadores, o ímpeto traduzido em versos.
Gostei do ímpeto, da garra do poema, mas considero um tsunami algo de verdadeiramente avassalador, terrífico mesmo.
Decididamente, prefiro tempos de calmaria.
Luan, foi exatamente isto o que eu tentei transmitir. A força arrebatadora do amor, quando chega, é simplesmente indomável. Ana, o amor, na calmaria, é, de fato, o ideal. Mas há aquele amor que, mesmo não dando espaço a ele, invade-nos e arrasta toda e qualquer resistência imposta. Abraços a todos!
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