Roberto Policiano

1 de mar. de 2013

Epílogo



Ouve-se o som da moto-serra

E o baque do tronco no chão.

Foi-se a última árvore.

A floresta virou savana

E, logo após, deserto.

Já não há mais geleiras.

O mar avançou nos continentes

Engolindo várias ilhas.

Novas Atlântidas surgiram.

As redes de arrasto,

Fazendo jus ao nome,

Esvaziaram as águas

E entupiram os frízeres.

O solo, de tão seco, virou pó

E rodopia no vento que

Sopra em todas as direções.

A temperatura do Planeta

Sobe vertiginosamente

Exigindo que as usinas

Nucleares funcionem

Na capacidade máxima.

Pouquíssimos espécimes

Teimam em continuar.

Os humanos, entretidos

Com as quinquilharias

Tecnológicas, aceitam

Passivamente os discursos

Inflamados de que tudo

Está sob controle

E não ouvem,

Ou não querem ouvir,

Os últimos suspiros

Do Planeta Terra.

Roberto Policiano