Epílogo
Ouve-se o som da
moto-serra
E o baque do tronco no
chão.
Foi-se a última árvore.
A floresta virou savana
E, logo após, deserto.
Já não há mais geleiras.
O mar avançou nos
continentes
Engolindo várias ilhas.
Novas Atlântidas
surgiram.
As redes de arrasto,
Fazendo jus ao nome,
Esvaziaram as águas
E entupiram os frízeres.
O solo, de tão seco,
virou pó
E rodopia no vento que
Sopra em todas as
direções.
A temperatura do Planeta
Sobe vertiginosamente
Exigindo que as usinas
Nucleares funcionem
Na capacidade máxima.
Pouquíssimos espécimes
Teimam em continuar.
Os humanos, entretidos
Com as quinquilharias
Tecnológicas, aceitam
Passivamente os discursos
Inflamados de que tudo
Está sob controle
E não ouvem,
Ou não querem ouvir,
Os últimos suspiros
Do Planeta Terra.
Roberto Policiano
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