Psicologizando o poema
Nunca foi plenamente,
Mas jamais deixei de ser;
Fiquei sempre no quase.
Não sei se fui dasein ou
niesad;
Talvez dseina ou nesadi;
Quem sabe dasien, dansei ou
daseni;
Ou então dsaein, dseain ou
dseian;
Vai depender do ângulo que se
vê,
Ou de onde se começa.
Não sei se sou ou estou;
Ou só sou se estou;
Quem sabe se estou porque
sou...
Talvez esteja condicionado,
Pelo reforço do ambiente,
Que faz do meu eu
Um rato de laboratório.
Ou, ainda, alguma coisa do
subconsciente.
Neste caso eu sou sem saber
que sou,
Ou, pior ainda,
Sem saber quem sou.
E, por este motivo,
Por mais que queira
Jamais descobrirei
Meu verdadeiro eu.
Sendo assim,
Assusto-me com a hipótese
De ter vivido enganado
O que me deixa decepcionado
Comigo mesmo por este
autoengano!
Será que estou projetando?
Ou, talvez, Tentando
transferir
As responsabilidades
De meus atos para outrem?
Poderia, quem sabe,
Tentar achar a resposta
Nas etapas, ou fases,
Do meu desenvolvimento psíquico,
Mas ainda pairará
A eterna dúvida:
Isso aconteceu por si só
Ou teve ajuda do meio?
Portanto, resolvi me distanciar
De toda concepção
pré-fabricada
E observar o fenômeno
Tal como ele se apresenta,
Com toda sua peculiaridade,
Ao atuar com o outro,
Com o mundo,
Ou consigo mesmo.
Tarefa nada fácil,
Pois ele tem a tendência
De se mostrar e se esconder,
Se camuflar ou se exibir,
No eterno jogo da vida,
Mudando o mundo
E sendo mudado pelo mesmo,
Na sua eterna responsabilidade
De cuidar de si,
Tendo como única certeza
O encontro com a finitude
Que cedo ou tarde acontecerá!
Roberto Policiano
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home