Perudá
Nota: O texto a seguir não obedece nenhuma norma de escrita Tupi Guarani. Ele foi escrito em Português a as palavras foram simplesmente trocadas pelo idioma indígina, portanto, não é nenhuma referência para ser seguida. Minha intenção foi tão somente colocar o leitor em contato com algumas palavras do idioma dos povos que habitavam a região que hoje é conhecida como Brasil. Abaixo há um vocábulo que ajudarão na compreensão da mensagem. - Roberto Policiano
Nhanundã é um abá que mora num abaetetuba.
Ele mesmo é um Abaetê e também
um abanã que tem muitos abarés, sendo ele também um deles. Nas
festas da tribo ele usa acangatara
e aguaniranga para jeroquis. É nesta ocasião que ele
estreia sua aimará todo
ano. A anama de Nhanundã é muito grande, pois ele tem muitos anacês. Os abás da ocaruçu
sempre dizem anauê ao se
encontrarem com outro. Quando recebem algo dizem angá. Na sua tribo todos são angatu, por isso, quando sabem de alguém que não está bem
eles angaba. É comum entre
eles o anhubana. Os amyipagûanas também eram
assim. Nhanundã era orube em
paem, seja pituna ou coema, amanara
ou iaciara. Ele era um guariní porangatu Naurú e antã.
Ainda de arasy ele
acordava para assistir ao aracê
que ele recebia com sua teró
no araxá. Quando estava
iviturui fazia uma atagûasu para se aquecer. Não,
ele não era um babaquara, mas
sim um biquara. Nhanundã
gostava ainda de passear no apecatu,
mergulhar na apenunga e
navegar no cotegipe de canoa. É triste dizer para iandê, mas tudo ia bem até que
Nhanundã encontrou uma karioca
e conheceu cari. Avistou uma kunhã-muku-'im que era dona de eçás porangas que lhe pareceu que
estava tiba de urissanê de tanto que brilhavam e
um coba porã, além de tembé que pareciam que gotejavam yapira, eram na verdade iracema que teve o poder de mombak o perudá nele, fazendo-o desejar ser o menama dela. Desde então o putári não se afasta dele. Ah! Como ele ansiava
sentir o mampituba da dona daqueles cuaracy-aba em seu coba! Mas ela era de tabaréu e ele sabia que o cari não daria sua aisó aiyra para um caapuã dono de uma biboca. O Naurú
caiu numa puçá. Desde
então ele anda aruru, pois
descobriu que o perudá pode
fazer asema de caci. O chiú de Nhanundã pode ser ouvido de longe. Mesmo que sua ceci, sua cendira e muitos de sua ceia cê para ele a fim de
ajudá-lo a alcançar eçaraia,
parece que o coração dele vai espôcar
a qualquer momento. Nhanundã sente como se fosse um uaçá atolado num tijucupaua.
Tem a sensação de que está emaranhado em tiririka.
Não houve puçanga que
conseguisse moîebyr a orube no coração daquele kariay que, embora vivo, ficou
como manu, não conseguindo jabró de sua caci. O Abá caiu
num amopira habitado por arani onde aram não alcança com sua ara, onde arebo de arebá
faz aninga, e é habitado por amatirí. Ali o seu gemido faz
lembrar a boré. Vivendo desde
então amó rupi, o infeliz
descobriu que é bagual. Aquele
etê abá sente-se mais
insignificante do que uma aimirim.
A acemira o faz açã e também o leva a perder a akangatu. De longe se ouve na
aldeia o som lúgubre do karará,
fazendo a anama angaba e
acompanhá-lo com seu chiú. É
uma tristeza de angûeraso. Xarãma este foi o primeiro caso
de amor não correspondido daquela ocara.
Abá: índio Abaetê: pessoa boa Abaetetuba: lugar cheio de gente boa
Abanã: gente de cabelo forte Abaré: amigo Acangatara: espécie de coroa de penas de cores vistosas
Açã: gritar Acemira: o que faz doer, o que é doloroso
Aguaniranga: bracelete com penas Aimirá: Túnica de algodão e plumas
Aimirim: formiguinha. Aisó: formosa.
Aiyra: filha. Akangatu: memória, lucidez, inteligência
Amanara: dia chuvoso. Amatirí: raio, corisco.
Amó rupi: ao contrário, às avessas Amopira: precipício
Amuara: algum dia Amyipagûana: antepassado Anacê: parente
Anama: família Anauê: salve, olá
Angá: expressão de surpresa agradável: bom!, que bom!
Angaba: exprime compaixão Angatu: alma boa, bem estar, felicidade
Angûeraso: espantar, atemorizar, o que apavora Anhubana: abraçar
Aninga: arrepio, arrepiar-se Antã: forte Apecatu: o bom caminho
Apenunga: onda Ara : luz Aracê: aurora, o nascer do dia
Aram: sol Arani: tempo furioso Arasy : madrugada
Araxá: lugar alto onde primeiro se avista o sol Arebá: demora
Arebo: cada dia Aruru : tristonho Asema: grito, gritar
Atagûasu: fogueira Babaquara: tolo, aquele que não sabe de nada
Bagual: do que é mortal Biquara: esperto Bariri: rio com cachoeiras
Biboca : casa de barro, moradia humilde Boré: flauta de osso
Caapuã: que mora no mato Caci: dor Cari: homem branco
kari'oka: casa do branco. Cê: canta Ceci: mãe
Ceia: gente Cendira: irmã Chiú: choro Çoba: rosto
Coema: amanhecer, manhã Cotegipe: de rio torto ou sinuoso. Eçaraia: o esquecimento Eçá : olhos Espôcar : arrebentar
Etê: bom, honrado Cuaracy-aba: cabelos louros
Guariní: guerreiro, lutador. Iaciara: o dia de luar
Iandê: você. Iracema: lábios de mel
Iviturui: frio na parte mais alta de uma serra. Jabró: fugir
Jeroquis: danças karará: tambor feito de madeira e pele
kariay: moço Kunhã-muku-’im: mocinha
kunumim-gûasu: moço
Mampituba : hálito Manu: morto Menama: futuro marido
Moîebyr: fazer voltar Mombak: fazer acordar
Naurú: bravo, herói, cheio de vontade Ocaruçu: praça grande
Orube: alegre, feliz Paem: tudo Perudá: amor Pituna: noite Porã: bonito Poranga: lindo Porangatu: bem bonito, belíssimo
Puçá: armadilha Puçanga: mezinha, remédio caseiro
Putári: querer, desejar Tabaréu: de aldeia diferente Tembé: lábios
Teró: flauta de taquara Tiba: cheio Tijucupaua: lamaçal
Tiririka: erva daninha Uaçá: caranguejo Urissanê: vagalume
Xarãma: para mim Yapira: mel
Vocabulário Tupi, Guarani, Português de Silveira
Bueno Editora Gráfica Nagy LTDA. (1982);
http://www.redebrasileira.com/tupi/vocabulario/x.asp
- acesso 11/4/2013; (Material cortesia do Dicionário Tupí -
Português
Márcio S. Pinheiro / Prof. Joubert Di Mauro);
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