Roberto Policiano

25 de set. de 2006

Crueldade

Já corri os seis quilômetros;
Vou beber três litros d’água;
Vou tomar um isotônico
E comer uma salada.

Quem sabe dentro de um mês
Fazendo este esforço diário
Eu perca dois quilos ou três
Cumprindo o meu calendário.

Mas quando deixava o clube
Acreditar no que via eu não pude;
Uma mulher que sabia ser a tal
Exibia o seu corpo escultural.

Busto, pernas, quadril, cintura,
Estavam em suas medidas exatas.
Rosto, cabelos, perfeita estatura;
Tudo nela tinha uma beleza nata!

E, enquanto exibia seus dotes pomposos,
Sustentavam, os seus dedos mimosos,
Um grande e delicioso pastel.
Ah! Como essa vida é cruel!

Roberto Policiano

2 Comments:

At 12:44 PM, Anonymous Anônimo said...

Nem sei por que estou fazendo um comentário deste poema tão cruel! É realista demais... Com certeza, ela é magra de ruim... Ou estava sem comer nada o dia inteiro só para comer aquele pastel... Sobre o poema: é simples, mas interessante. Você não fica horas meditando e analisando, mas é divertido e tem ritmo - característica fundamental de um poema. Muitos dos considerados grandes poetas modernos realizaram esta espécie de poema: leve e cômico.Indício de que poesia é muito mais do que imaginamos.

 
At 5:28 PM, Anonymous Anônimo said...

Com um comentário desse começo a pensar que eu sou um poeta! Obrigado e volte sempre. Um abraço apertado.

 

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