Roberto Policiano

10 de mai. de 2011

Conduzidos



A cidade é tomada
por uma enxurrada de gente
engolfada num frenesi insano
cuja rotina, de prazos
sempre mais urgentes,
consome horas,
dias, meses e anos.
Pessoas, absorvidas
por projetos que não são seus,
amarradas, por contratos,
em planos alheios,
são conduzidas com astúcia,
e manobradas como animais
de carga atrelados a arreios.
Convencida por promessas
mirabolantes, segue a multidão,
apática e surda,
como peças que deslizam
Em esteiras rolantes.
Prometem-se a todos
a solidez do tungstênio,
porém são arrastados
a uma rota absurda
que é tão sólida
como o gás de hidrogênio.

Roberto policiano