Roberto Policiano

15 de out. de 2012

Conduzidos



A cidade é tomada

por uma enxurrada de gente

engolfada num frenesi insano

cuja rotina, de prazos

sempre mais urgentes,

consome horas,

dias, meses e anos.

Pessoas, absorvidas

por projetos que não são seus,

amarradas, por contratos,

em planos alheios,

são conduzidas com astúcia

e manobradas como animais

de carga atrelados a arreios.

Convencida por promessas

mirabolantes, segue a multidão,

apática e surda,

como peças que deslizam

Em esteiras rolantes.

Prometem-se a todos

a solidez do tungstênio,

porém são arrastados

a uma rota absurda

que é tão sólida

como o gás de hidrogênio.


Roberto Policiano