Roberto Policiano

9 de abr. de 2014

Névoa




As montanhas revestem-se de neblina;

A cidade se banha na garoa fina;

O vento encrespa as águas turvas do mar;

A brisa gelada afugenta os banhistas.

 

A praia vazia é tomada por crustáceos;

A areia molhada não tem a mesma graça;

No pântano não ficou nenhuma garça;

Nas águas, ao longe, não surgem cetáceos.

 

Se o sol não se apresenta no litoral

Para trazer consigo a luz que ilumina

O dia e o calor que aquece as águas marinhas;

 

Se, em seu lugar, aparece o temporal,

Que, em seu furor, toda euforia elimina;

A cidade, solapada, desalinha.


Roberto Policiano