Névoa
As montanhas revestem-se de neblina;
A cidade se banha na garoa fina;
O vento encrespa as águas turvas do mar;
A brisa gelada afugenta os banhistas.
A praia vazia é tomada por crustáceos;
A areia molhada não tem a mesma graça;
No pântano não ficou nenhuma garça;
Nas águas, ao longe, não surgem cetáceos.
Se o sol não se apresenta no litoral
Para trazer consigo a luz que ilumina
O dia e o calor que aquece as águas marinhas;
Se, em seu lugar, aparece o temporal,
Que, em seu furor, toda euforia elimina;
A cidade, solapada, desalinha.
Roberto Policiano
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