Insônia
A
madrugada chegou.
O
sono foi até o toalete.
A
espera é longa.
O
som da chave girando, no entanto,
Indica
que o sono foi viajar.
O
corpo, ainda indolente,
Delata
que a saída foi antecipada.
Unhas
e dentes afiados
Arrancam
lascas de minutos do tempo,
Que
são colocadas ao lado do corpo
Tornando
o leito desagradável.
Qualquer
movimento fere e sangra.
Um
tumulto invade o pensamento
Com
falatórios entrecruzando-se.
Uma
avalanche de imagens
Ocupa
os espaços despercebidos pelos discursos.
Sentimentos
dilaceram o cérebro já tomado.
Buscando
alívio o corpo deixa a cama
E
perambula até a poltrona da sala.
Os
minutos parecem acorrentados.
Contradizendo
muitos filósofos
Há
uma clara dicotomia
Entre
a mente desperta
E
o corpo adormecido.
Filetes
do dia esfiapam a noite
Que,
de má vontade, cede seu lugar.
É
preciso aprontar-se para a rotina,
E
o corpo, qual escravo,
É
arrastado para os compromissos.
Roberto Policiano
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