Sabor negro escarlate
A motocicleta passou
Riscando o silêncio da
madrugada;
O zumbido do pernilongo
Manchou de vermelho a
penumbra do quarto;
O ar gelado produziu
nódoa
No aconchego do
cobertor;
O barulho de hortelã
Despertou o olhar
ensurdecido;
O odor da notícia
Nublou o recanto
pacífico;
O movimento brusco
Cantou labaredas na paz
de espírito;
Trovejaram emoções
Azulando os espaços;
O crepitar do amor
Encrespou a alma
cansada.
Roberto Policiano
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