Roberto Policiano

22 de out. de 2014

Sabor negro escarlate



A motocicleta passou

Riscando o silêncio da madrugada;

O zumbido do pernilongo

Manchou de vermelho a penumbra do quarto;

O ar gelado produziu nódoa

No aconchego do cobertor;

O barulho de hortelã

Despertou o olhar ensurdecido;

O odor da notícia

Nublou o recanto pacífico;

O movimento brusco

Cantou labaredas na paz de espírito;

Trovejaram emoções

Azulando os espaços;

O crepitar do amor

Encrespou a alma cansada.


Roberto Policiano