Roberto Policiano

30 de abr. de 2014

Tribo Cadum




Na floresta amazônica, no trecho entre Atalaia do Norte e Benjamin Constant no Amazonas, Brasil, e a ponta entre Iquitos, Peru e a Isla Porvenir, Colômbia, vive o povo da tribo Cadum. A divisão geográfica entre os três países nada significa para os índios daquela aldeia, mas sim, o bem estar de cada um dos habitantes do lugar. É um povo pacífico que vive da caça, da pesca, da coleta e da agricultura. No centro da aldeia contém um depósito onde todos os alimentos são colocados. As refeições acontecem num salão comunitário e somente inicia quando todos estão presentes, desde o aldeão mais novo até o mais velho. O último - seja homem ou mulher - é o que começa a se servir, porém, após montar o seu cuietê, senta-se à mesa e espera que todos façam o mesmo. Os trabalhos de preparação e arrumação são realizados pelas aldeãs, ficando a cargo dos índios providenciarem os alimentos, além de cuidarem da lavoura e dos animais. As roupas são fabricadas tanto pelos índios quanto pelas índias, geralmente no período da tarde e até um pouco antes do anoitecer, onde todos encerram seus trabalhos para a ceia, que é seguida de cantorias em volta de uma fogueira.

No período do inverno, quando a comida está escassa, os Caduns usam os alimentos com parcimônia. Há uma espécie de celeiros onde os cereais são estocados. Geralmente uma porção de milho é socada no período da tarde e o fubá resultante transformado em um pão para cada membro da tribo, que é consumido acompanhado de queijo e chá na manhã do dia seguinte.

Em certa ocasião, porém, o ancião da tribo, enquanto esperava que todos tomassem seus lugares à mesa, percebeu que um membro da tribo ficara sem o seu pão. Imediatamente o idoso se levantou, foi até o lugar onde o alimento era depositado, deixou o seu lá e retornou ao seu assento. Todas as atenções estavam voltadas para ele. Em toda a história dos Caduns era a primeira vez que acontecia aquilo, de modo que ninguém sabia o que deveria ser feito. Depois de refletir por alguns minutos, e com os olhos embebidos de lágrimas, o mais velho da tribo batucou na prancha da mesa:

Squidum dum dum dum dum!

Deixou passar alguns minutos e repetiu:

Squidum dum dum dum dum!

Então outro índio, percebendo a intenção do mestre, levantou-se, deixou o seu pão no lugar onde o idoso deixara o dele, retornou, sentou-se, e esperou. Novamente o primeiro batucou:

Squidum dum dum dum dum!

O índio que imitara o seu gesto respondeu batendo também na mesa:

Squidum dum dum dum dum!

Por umas três vezes o primeiro batia e o segundo respondia a seguir, produzindo o seguinte som:

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum!

Uma aldeã, entendendo a mensagem, repetiu o gesto de devolver o pão e esperou. O velho batucou:

Squidum dum dum dum dum!

O índio repetiu:

Squidum dum dum dum dum!

E a aldeã acrescentou:

Squidum dum dum dum dum dum dum dum dum dum dum!

Novamente o primeiro repetiu a mensagem, seguido pelo segundo e pela terceira, soando assim:

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum dum dum dum dum dum dum!

Um quarto aldeão, um dos caçadores mais corajoso da tribo, imitando os anteriores, devolveu o seu pão e, sentando-se novamente, aguardou. Quando o batuque foi reiniciado este último acompanhou batucando de seu lugar e, acrescentando sua voz às batidas, cantou a mensagem assim:

É um pão pra cada um!

É um pão pra cada um!

Se alguém ficar com dois, outro fica sem nenhum!

Enquanto os quatro batucavam e cantavam a mensagem, um por um dos presentes devolveu o seu pão e sentou-se. Cada um que retornava engrossava o batuque e o canto, até que todos se envolveram na transmissão da mensagem.

Quando o ancião percebeu que não havia nenhum pão sobre a mesa, parou de batucar, levantou-se, foi até o lugar onde os pães foram deixados, retirou um deles, voltou e tomou seu lugar à mesa. Cada um dos presentes repetiu o gesto do idoso, até que todos retornaram à mesa. Porém um dos pães permaneceu sem ser retirado, embora, aparentemente, cada membro estivesse servido. O velho, que era observado pela tribo inteira, deixou seu lugar e depositou seu alimento ao lado do que fora abandonado e, retornando ao seu assento, batucou:

 Squidum dum dum dum dum!

Esperou alguns minutos e repetiu:

Squidum dum dum dum dum!

Fez isso umas cinco vezes até que uma aldeã, percebendo a lição, imitou o sábio e deixou seu pão onde o havia retirado. Ao retornar ao seu lugar à mesa, esperou o ancião batucar, e respondeu a seguir, soando assim:

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum!

Os dois repetiram o batuque duas vezes, até que o caçador já mencionado, percebendo a intenção dos primeiros, repetiu a ação deles, e após a atuação dos dois, respondeu ao seu modo, soando assim:

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum dum dum dum dum dum dum!

Como da vez anterior ele cantou ao som do batuque a segunda mensagem, que foi a seguinte:

É um pão pra cada um!

É um pão pra cada um!

Ninguém vai comer o seu se na mesa sobrar um!

Imediatamente os outros membros da tribo devolveram seus pães e, voltando à mesa, juntaram-se ao batuque e à cantoria dos primeiros. Novamente todos os pães estavam colocados no lugar de onde foram retirados.

Então o velho parou de batucar e todos fizeram o mesmo. Ele se levantou, foi até a pilha de pães, retirou um deles e voltou à mesa. Todos o imitaram e cada um deles ficou de posse de seu alimento. O ancião estendeu a mão que segurava seu pão em direção ao centro da mesa. O índio que estava do lado direito dele fez o mesmo, depois o seguinte, e o próximo, até que todos repetiram o gesto. Percebendo que todos estavam com o seu alimento, o idoso inclinou a cabeça, esboçou um sorriso, e começou a se alimentar. Não se tocou mais no assunto durante aquele dia e a tribo voltou às suas atividades rotineiras.

Na manhã seguinte o ancião não pegou o seu pão, mas ocupou seu lugar à mesa de mãos vazias. A seguir uma anciã repetiu o gesto e sentou-se. Por fim todos estavam à mesa. E o batuque, iniciado pelo velho, ficou assim:

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum!

Squidum dum dum dum dum dum dum dum dum dum dum!

E o caçador e também cantor, depois de refletir um pouco, traduziu o batuque assim:

É um pão pra cada um!

É um pão pra cada um!

Cada um comendo o seu ninguém fica em jejum!

Desde então os aldeões da tribo Cadum iniciam o dia entoando esta canção antes de fazer a primeira refeição. E até hoje, apesar de passarem por rigorosos invernos e períodos de seca, ninguém da aldeia ficou sem o seu pão.


Roberto Policiano

23 de abr. de 2014

Violão




Note o violão

Na sala vazia

Em um de seus cantos.

 

Já foi dedilhado

Em muitos eventos

Provocando encantos.

 

Seu cordel sempre teso

Vibrou sonoro

Em muitos festejos.

 

Hoje está encostado

No canto esquecido

Em sublime silêncio.

 

Seu madeiro empenado

E suas cordas frouxas

Não retratam seu passado.

 

Seu último ruído

Será quando, enfim,

Por cupins for roído.


Roberto Policiano

16 de abr. de 2014

O homem que só falava a verdade



Apresentador – Hoje é um dia muito especial, pois dentro de instantes entrevistaremos o Doutor Eufrenésio. Filósofo, especialista em relacionamentos interpessoais, Mestre em comunicação, Doutor em Relações Públicas e PhD em Relações Internacionais. Nossos profissionais estão debruçados neste evento há três semanas com o objetivo de proporcionais uma ocasião única para elucidação dos temas que abordaremos a partir de agora com esta personalidade reconhecida e admirada internacionalmente, não só pelo cabedal de seus conhecimentos, mas, sobretudo, pela sua postura de externar, por meio de seus comentários e observações, suas opiniões diretas e sinceras sobre o que lhe for questionado. Acabo de receber a informação de que nosso ilustríssimo convidado já chegou ao estúdio e está pronto para este evento. Neste momento passamos a palavra ao repórter que tem o privilégio e a responsabilidade de conduzir esta entrevista que, acreditamos, será um marco da atuação desta emissora, e, mais ainda, entrará para os anais da produção televisa de nossa nação. É com você wellitemberguy!

Repórter – É uma honra estar diante do Doutor Eufrenésio. Filósofo, especialista em relacionamentos interpessoais, Mestre em comunicação, Doutor em Relações Públicas e PhD em Relações Internacionais, para, atuando como porta voz de todos aqueles interessados neste evento, solicitar de nosso ilustre convidado suas impressões dos temas que abordaremos neste momento histórico. Reconheço que é uma pesada responsabilidade conduzir esta oportunidade única e importantíssima para nossa nação e, acredito, também para o mundo. Não quero nublar com palavras desnecessárias este momento tão significativo, portanto, indo direto ao ponto, dou início a este evento tão ansiosamente aguardado por milhares de telespectadores que acreditamos estão diante do aparelho de televisão no mais absoluto silêncio. Boa noite Doutor Eufrenésio!

Entrevistado – Boa noite!

Repórter – Deseja fazer algum pronunciamento antes de iniciar a entrevista?

Entrevistado – Para dizer a verdade, não.

Repórter – Excelente comentário Doutor! Passemos à primeira pergunta. As pessoas estão preocupadas com a situação econômica do mundo. Muitos países estão em situação limítrofe nesta questão, o que tem obrigado que Bancos internacionais e outras nações venham em socorro a fim de evitar uma catástrofe financeira de consequências inimagináveis. Porém, tais ajudas têm se mostrado de caráter paliativo, pois, em muitos casos, em questões de apenas alguns meses, a situação volta a ficar preocupante, senão pior, levando muitos analistas a comentarem a possibilidade, cada vez mais real, de falência, não de apenas uma administração governamental, mas de blocos delas. Esta espiral cada vez mais crescente tem gerado desconfiança e descontentamento de cidadãos das nações que apresentam maior estabilidade material, gerando ressentimentos e exigências para que tais interferências internacionais deixem de serem feitas. No entanto não há consenso sobre os possíveis resultados. Gostaríamos de saber qual a sua opinião sobre este assunto tão delicado.

Entrevistado – Para dizer a verdade, nenhuma.

Repórter – Obrigado por nos dizer sua opinião sobre este assunto. Vamos à segunda pergunta. Nas últimas décadas cientistas e outros estudiosos e autoridades têm alertado sobre a degradação que nosso planeta vem sofrendo. Termos como efeito estufa, aquecimento solar, aumento nos níveis dos mares, derretimentos das geleiras, desmatamentos e aniquilamentos de muitas espécies, muitas das quais nem chegaram a ser conhecidas por nós. Na opinião do senhor, o homem está, de fato, destruindo a natureza?

Entrevistado – Para dizer a verdade, sim.

Repórter – Agradecemos suas sábias palavras. Gostaríamos agora de abordar a seguinte questão: referentes às disputas milenares no oriente médio existe controvérsias sobre seus reais motivos. Alguns estudiosos argumentam que se trata tão simplesmente de desentendimento quanto à divisão territorial. Outros, no entanto, apontam para questões econômicas. Há ainda os que defendem que suas raízes estão nas lutas pelo poder. E também as diferenças de ideologias religiosas são lembradas por vários estudiosos como sendo as verdadeiras causas para tanto desentendimento. O quê, em sua opinião, está por trás das desuniões destas nações?

Entrevistado – Para dizer a verdade, não sei.

Repórter – Bastante esclarecedor seu comentário, Doutor Eufrenésio, somos imensamente gratos por isso. Vamos abordar agora a corrida espacial. Cada vez mais nações têm se empenhado em estudos que, acreditam, os levarão a alcançar outros planetas. Muito dinheiro já foi gasto, e a tendência é que tais investimentos cresçam cada vez mais, a fim de se alcançarem tais objetivos. O senhor acredita que um dia conseguiremos atingir este intento?

Entrevistado – Para dizer a verdade, não tenho certeza.

Repórter – Obrigado por sua concisão, Doutor. Aproveitando o assunto anterior, há uma polêmica cada vez mais crescente sobre a possibilidade de vida extraterrena. Tem-se feito esforços significativos para tentar um contato com seres de outros planetas. Muitos satélites são usados atualmente para enviar e receptar mensagens para e de seres de outros planetas. Por outro lado, muitas pessoas, de várias partes do planeta Terra, relataram que tiveram contatos com criaturas não terrenas. Na maioria das vezes, senão em sua totalidade, tais informações são descartadas como inverídicas e absurdas. Percebe-se, portanto, um contrassenso evidente. Em sua opinião, existem outros planetas habitados?

Entrevistado – Para dizer a verdade, não tenho a menor ideia.

Repórter – Agradecemos pela sua sinceridade. Trataremos agora de uma questão que está em evidência nos noticiários de muitos países. Refiro-me ao assunto de espionagem virtual que veio a tona recentemente, colocando em dúvida o respeito à privacidade, individual ou de nações, que flagrantemente foi violado, segundo relato veiculado por um ex-integrante de uma agência de segurança de uma das nações mais poderosas do momento. Isto tem chocado o mundo e provocado mal estar entre muitos líderes mundiais. O senhor acredita na confiabilidade dos tratados de respeito à privacidade?

Entrevistado – Para dizer a verdade, este assunto não me interessa.

Repórter – Muito boa colocação, Doutor Eufrenésio! Outro assunto controverso diz respeito à engenharia genética. Muitos alimentos foram modificados geneticamente para vários motivos diferentes, como, por exemplo, aumento na produção e maior resistência às pragas, para se mencionarem apenas dois. Os que defendem tais procedimentos apontam os ganhos e os benefícios para muitas nações, sobretudo as mais populosas. Os que condenam esta técnica justificam que não foram feitos estudos suficientes para garantir a segurança no consumo de tais produtos, principalmente por falta de conhecimento dos seus possíveis desdobramentos. O que o Doutor tem a dizer sobre este assunto?

Entrevistado – Para dizer a verdade, nada.

Repórter – Obrigado, Doutor Eufrenésio, por suas brilhantes palavras que foram ansiosamente aguardadas por nós e todos os telespectadores. Acreditamos que suas opiniões foram elucidativas e que muitos estudiosos, que, creio, não desgrudaram os olhos do aparelho da televisão, levarão em conta ao tomarem decisões dentro de suas respectivas áreas de atuação. Agradecemos a todos os que pararam seus afazeres para entender um pouco os métodos do nosso entrevistado, Doutor Eufrenésio. Filósofo, especialista em relacionamentos interpessoais, Mestre em comunicação, Doutor em Relações Públicas e PhD em Relações Internacionais e conhecido internacionalmente e reconhecido como o homem que só fala a verdade. Sinto-me honrado de participar deste grandioso momento para nossa nação e para o mundo. Tenham todos uma ótima noite!

            Já na sala de recepção da emissora, onde ilustres convidados estavam reunidos para um coquetel com o eminente Doutor Eufrenésio, o repórter perguntou-lhe ansioso:

            - E então, Doutor, o que o senhor achou da entrevista?

            - Para dizer a verdade, enfadonha!




Roberto Policiano

9 de abr. de 2014

Névoa




As montanhas revestem-se de neblina;

A cidade se banha na garoa fina;

O vento encrespa as águas turvas do mar;

A brisa gelada afugenta os banhistas.

 

A praia vazia é tomada por crustáceos;

A areia molhada não tem a mesma graça;

No pântano não ficou nenhuma garça;

Nas águas, ao longe, não surgem cetáceos.

 

Se o sol não se apresenta no litoral

Para trazer consigo a luz que ilumina

O dia e o calor que aquece as águas marinhas;

 

Se, em seu lugar, aparece o temporal,

Que, em seu furor, toda euforia elimina;

A cidade, solapada, desalinha.


Roberto Policiano

2 de abr. de 2014

Promoção imperdível




Quinta-feira, seis horas da manhã. A escuridão da noite ainda não se dissipara completamente. Estava um frio intenso. Os passageiros do ônibus que estavam sentados encolhiam contra os bancos numa tentativa inútil de se aquecer. Os que viajavam em pé usufruíam o calor do ambiente repleto de pessoas. Não se ouvia vozes, mas um silêncio gélido dominava o interior da condução. De repente, como que para quebrar aquela languidez, um telefone celular começou a tocar estridentemente. Um rapaz, que parecia que levava toda a roupa do armário em si, passou a bater as mãos nos bolsos laterais do blazer; no peito em direção ao bolso da camisa de flanela; nos bolsos da frente e de trás das calças; mas não achou o aparelho. A seguir ele retirou o agasalho e olhou nos seus bolsos internos, porém não obteve sucesso. Revirou o suéter e não encontrou nada. Abriu o zíper central da bolsa que levava consigo; depois o compartimento esquerdo, a seguir o direito, a parte da frente, do lado esquerdo, depois do direito até que, finalmente, encontrou o que tanto procurava, justamente quando a ligação caía. Colocou todas as roupas novamente e deixou o telefone na parte de dentro da jaqueta. Três minutos depois o mesmo sinal sonoro se fez ouvir. O som irritante fez com que todos se virassem automaticamente para o jovem, como que exigindo uma ação imediata. Como era sabido o paradeiro do aparelho não houve apalpadelas, porém, ao descer o fecho do blazer, o mesmo entalou no meio e, por mais que o moço tentasse, não conseguiu deslizá-lo. Uma senhora, embora irritada com o som estridente, resolveu ajudá-lo e pediu para tentar abri-lo. Quando estava empenhada nisso o ônibus deu uma freada brusca que a jogou para cima do dono do incômodo instrumento de comunicação, desequilibrando-o a ponto de fazê-lo tombar em direção a outro ocupante do veículo. O rapaz e a bondosa senhora foram salvos do tombo, não sem resmungos daquele que os escorara, e pelo seu semblante, pareceu não aceitar os pedidos de desculpas dos dois. Com o ocorrido a boa samaritana desistiu de auxiliar o pobre homem. Felizmente para ele - e para os demais passageiros - o miserável instrumento cessou de gritar. Mesmo assim o seu dono, agora sem a pressão da situação, continuou em sua tentativa até conseguir destravar o zíper e retirar o aparelhinho infernal do local onde se encontrava e colocá-lo em lugar mais acessível. Não demorou muitos minutos e novamente o som insuportável tomou conta do veículo. Desta vez o moço foi rápido e conseguiu interromper aquele som insuportável.

- Alô!

Depois de ouvir por alguns segundos, fechou a cara e desligou o telefone. Era só um comercial de um novo produto de telefonia que fora lançado no mercado e que era - tentavam convencê-lo - uma promoção imperdível!


Roberto Policiano