Palavras que reivindicam o território da emoção e do sentir. Muito bonito. Deixo um belíssimo poema de Almeida Garrett - OS CINCO SENTIDOS. Até breve. Um abraço.
São belas - bem o sei, essas estrelas Mil cores - divinais têm essas flores; Mas eu não tenho amor, olho para elas; Em toda a natureza Não vejo outra beleza Senão a ti - a ti!
Divina - ai! sim, será a voz que afina Saudosa - na ramagem densa, umbrosa. Será; mas eu do rouxinol que trina Não oiço a melodia, Nem sinto outra harmonia Senão a ti - a ti!
Respira - n'aura que entre as flores gira, Celeste - incenso de perfume agreste. Sei... não sinto: minha alma não aspira, Não percebe, não toma Senão o doce aroma Que vem de ti - de ti!
Formosos - são os pomos saborosos, É um mimo - de néctar o racimo: E eu tenho fome e sede... sequiosos, Famintos meus desejos Estão... mas é de beijos, E só de ti - de ti!
Macia - deve a relva luzidia Do leito - se por certo em que me deito; Mas quem, ao pé de ti, quem poderia Sentir outras carícias, Tocar noutras delícias Senão em ti - em ti!
A ti! ai, a ti só os meus sentidos Todos num confundidos, Sentem, ouvem, respiram; Em ti, por ti deliram. Em ti a minha sorte, A minha vida em ti; E quando venha a morte, Será morrer por ti.
Obrigado, amigos, pelas visitas e comentários. Um agradecimento especial para a Ana que, mais uma vez, enriqueceu o blog com um belo texto. Um grande abraço a todos
4 Comments:
Achei lindinho!
bjs
Tathy
Eu pensei que nossos sentidos fossem apenas 5, mas o texto falou de 7.
Palavras que reivindicam o território da emoção e do sentir. Muito bonito.
Deixo um belíssimo poema de Almeida Garrett - OS CINCO SENTIDOS.
Até breve. Um abraço.
São belas - bem o sei, essas estrelas
Mil cores - divinais têm essas flores;
Mas eu não tenho amor, olho para elas;
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti - a ti!
Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
Será; mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia,
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti - a ti!
Respira - n'aura que entre as flores gira,
Celeste - incenso de perfume agreste.
Sei... não sinto: minha alma não aspira,
Não percebe, não toma
Senão o doce aroma
Que vem de ti - de ti!
Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
E eu tenho fome e sede... sequiosos,
Famintos meus desejos
Estão... mas é de beijos,
E só de ti - de ti!
Macia - deve a relva luzidia
Do leito - se por certo em que me deito;
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
Sentir outras carícias,
Tocar noutras delícias
Senão em ti - em ti!
A ti! ai, a ti só os meus sentidos
Todos num confundidos,
Sentem, ouvem, respiram;
Em ti, por ti deliram.
Em ti a minha sorte,
A minha vida em ti;
E quando venha a morte,
Será morrer por ti.
Almeida Garrett in Folhas Caídas
Obrigado, amigos, pelas visitas e comentários. Um agradecimento especial para a Ana que, mais uma vez, enriqueceu o blog com um belo texto. Um grande abraço a todos
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