Embrutecidos
De repente é
sexta,
Logo após,
segunda,
Como a uma
roleta
A rotina nos
circunda.
Janeiro,
maio, outubro,
Rola o ano
enlouquecido,
E nós,
prisioneiros ao cubo,
Tornamo-nos
embrutecidos.
Passa a vida
como um poste
Visto da
janela do trem,
E, quanto
menos goste,
O passageiro
é mais ninguém.
Somos
conhecidos por números
Registrados
em documentos,
Equacionados
em meros
Percentuais
para argumentos.
"Fez-se
tantos para algumas";
"Conseguiu-se
tais melhorias";
Mão incisiva
que empunha
Provas de
boas parcerias.
Já não
pulsam corações
A não ser em
laboratórios;
Não para
medir emoções,
Mas
preencher relatórios.
Se bater
tantos por minutos
Os impulsos
estão normais.
Fomos
reduzidos a diminutos
Biológicos
funcionais.
Roberto Policiano
2 Comments:
Gostei. Muito original e verdadeiro.
Preocupantemente verdadeiro, Cecília! Obrigado pela visita e pelo comentário. Abraços!
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