Mensagem
Sexta-feira à noite, ao chegar a casa
encontrou-a vazia, pois a família havia viajado para o litoral, o que ele
pretendia fazer no dia seguinte. Estava um início de noite agradável assim,
serviu-se de uma bebida e foi até o terraço assistir ao céu, como gostava de
fazer sempre que tinha oportunidade. Chamava-lhe a atenção o aparecer paulatino
das estrelas. Depois de se
acomodar numa espreguiçadeira, sorveu uma porção da bebida que levava à mão e,
largando o corpo molemente, dirigiu o olhar para o infinito a fim de admirar o
espetáculo de que tanto gostava. Como era conhecedor do mapa astronômico,
buscou as constelações de sua preferência e, como que as cumprimentando,
observou os detalhes que mais admirava. Após esta preliminar que levou vários
minutos, correu os olhos aleatoriamente para a abóboda celeste a fim de captar
algum fenômeno que lhe fosse de interesse. Foi quando uma estrela lhe chamou a
atenção. Não se lembrara de tê-la visto antes. Ficou um tempo a admirá-la. Teve
a impressão de que o astro crescia gradativamente e se tornava mais brilhante.
Curioso, manteve-se atento àquele lugar do céu. Confirmando sua percepção, o
objeto viajava em sua direção e crescia de tamanho. Um misto de temor e
curiosidade tomou conta do observador, que se manteve totalmente voltado para o
que observava. De repente um objeto prateado, brilhante, esférico e do tamanho
aproximado de uma bola de basquete pairou a cerca de um metro do piso do
terraço. Para a surpresa do expectador aquilo foi tomando uma forma oval com os
extremos na perpendicular até atingir uma altura de um metro e oitenta
centímetros. Em seguida braços, pernas e uma cabeça saíram do astro fazendo-o
parecer um ser humano. Ao abrir a mão direita uma pequena luz azulada brotou de
sua palma e se transformou lentamente num envelope dourado que foi oferecido ao
terráqueo estarrecido. Assim que o último pegou o que lhe fora ofertado o
primeiro transformou-se num feixe de luz verde extremamente brilhante e, em
questão de segundos, rumou em direção ao infinito e desapareceu. Ainda fora de
si com a visão que tivera nosso personagem segurou demoradamente o que imaginou
ser uma mensagem que pudesse conter os segredos para as soluções dos problemas
dos habitantes do planeta Terra. Por fim resolveu abrir o envelope para
conhecer seu conteúdo. Assim que efetuou o gestou nosso personagem ouviu uma
explosão assustadora. Depois de alguns instantes abriu os olhos assustados e
achou-se deitado na espreguiçadeira. Não havia nada em suas mãos. No céu uma
chuva de prata que contrastava com o negrume da noite indicava que fogos de
artifícios foram disparados em direção às nuvens. Seria esse o barulho que
ouvira há pouco? Tivera um sonho? Perscrutou cuidadosamente a abóboda celeste,
mas não encontrou nada incomum. Olhou em volta à procura da tal informação
salvadora. Achou apenas o copo da bebida que escapara de suas mãos. Depois de
refletir por um tempo sobre tais acontecimentos entrelaçou os dedos de suas
mãos e apoiando sua cabeça sobre elas, olhou em direção ao firmamento. Um leve
sorriso enigmático enfeitou o seu rosto.
Roberto Policiano
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home