Roberto Policiano

11 de set. de 2013

Mensagem



Sexta-feira à noite, ao chegar a casa encontrou-a vazia, pois a família havia viajado para o litoral, o que ele pretendia fazer no dia seguinte. Estava um início de noite agradável assim, serviu-se de uma bebida e foi até o terraço assistir ao céu, como gostava de fazer sempre que tinha oportunidade. Chamava-lhe a atenção o aparecer paulatino das estrelas.           Depois de se acomodar numa espreguiçadeira, sorveu uma porção da bebida que levava à mão e, largando o corpo molemente, dirigiu o olhar para o infinito a fim de admirar o espetáculo de que tanto gostava. Como era conhecedor do mapa astronômico, buscou as constelações de sua preferência e, como que as cumprimentando, observou os detalhes que mais admirava. Após esta preliminar que levou vários minutos, correu os olhos aleatoriamente para a abóboda celeste a fim de captar algum fenômeno que lhe fosse de interesse. Foi quando uma estrela lhe chamou a atenção. Não se lembrara de tê-la visto antes. Ficou um tempo a admirá-la. Teve a impressão de que o astro crescia gradativamente e se tornava mais brilhante. Curioso, manteve-se atento àquele lugar do céu. Confirmando sua percepção, o objeto viajava em sua direção e crescia de tamanho. Um misto de temor e curiosidade tomou conta do observador, que se manteve totalmente voltado para o que observava. De repente um objeto prateado, brilhante, esférico e do tamanho aproximado de uma bola de basquete pairou a cerca de um metro do piso do terraço. Para a surpresa do expectador aquilo foi tomando uma forma oval com os extremos na perpendicular até atingir uma altura de um metro e oitenta centímetros. Em seguida braços, pernas e uma cabeça saíram do astro fazendo-o parecer um ser humano. Ao abrir a mão direita uma pequena luz azulada brotou de sua palma e se transformou lentamente num envelope dourado que foi oferecido ao terráqueo estarrecido. Assim que o último pegou o que lhe fora ofertado o primeiro transformou-se num feixe de luz verde extremamente brilhante e, em questão de segundos, rumou em direção ao infinito e desapareceu. Ainda fora de si com a visão que tivera nosso personagem segurou demoradamente o que imaginou ser uma mensagem que pudesse conter os segredos para as soluções dos problemas dos habitantes do planeta Terra. Por fim resolveu abrir o envelope para conhecer seu conteúdo. Assim que efetuou o gestou nosso personagem ouviu uma explosão assustadora. Depois de alguns instantes abriu os olhos assustados e achou-se deitado na espreguiçadeira. Não havia nada em suas mãos. No céu uma chuva de prata que contrastava com o negrume da noite indicava que fogos de artifícios foram disparados em direção às nuvens. Seria esse o barulho que ouvira há pouco? Tivera um sonho? Perscrutou cuidadosamente a abóboda celeste, mas não encontrou nada incomum. Olhou em volta à procura da tal informação salvadora. Achou apenas o copo da bebida que escapara de suas mãos. Depois de refletir por um tempo sobre tais acontecimentos entrelaçou os dedos de suas mãos e apoiando sua cabeça sobre elas, olhou em direção ao firmamento. Um leve sorriso enigmático enfeitou o seu rosto.


Roberto Policiano